Por Kid Vinil, colunista do Yahoo! Brasil
Um assunto muito discutido atualmente é justamente essa mudança de formato na música. Muito já se falou sobre o fim do CD, mas o mercado fonográfico ainda aposta no formato. A prova mais recente é o lançamento do novo álbum do rapper norte-americano Eminem, que já atingiu a marca de 1 milhão de cópias nos EUA.
A volta do vinil
Desde o ano passado o que mais se comenta por aí é esse resgate do formato em vinil. As grandes gravadoraras aderiram ao costume já praticado há anos pelos selos independentes e começaram a lançar edições limitadas em LP. No ano passado, Radiohead e Amy Winehouse foram dois campeões de vendas também em vinil. As gravadoras independentes, tanto norte-americanas como inglesas, investem forte nesse formato.
A norte-americana Matador Records, por exemplo, é uma defensora do formato desde sua inauguração, há quase 20 anos. Todos os seus artistas tem seus discos lançados em vinil. O lançamento mais recente é o novo álbum do Sonic Youth "The Eternal", que será em LP duplo, com uma capa especial e custará em média 40 dólares (um verdadeiro fetiche para os colecionadores). É justamente nesse aspecto de objeto do desejo de colecionadores que as gravadoras se empenham e apostam ao lançar seus vinis, sempre com algum atrativo, seja na capa ou nos elaborados encartes.
Há pouco tempo, a Sony brasileira colocou no mercado alguns relançamentos em vinil, como Engenheiros do Hawaii "Longe Demais das Capitais" (1986), o clássico "Da Lama ao Caos" de Chico Science & Nação Zumbi" (1993), assim como João Bosco (1973), dentre outros. Mas o preço é "salgado" cerca de 90 reais cada LP, que inclui ainda a versão em CD com capinha imitando o vinil. Na verdade, o que está pegando é o preço, pois lá fora um LP simples custa em média 15 dólares (cerca de 30 reais). Para os brasileiros, o vinil representa hoje um luxo, uma peça rara somente para colecionadores.
O formato Pendrive ou USB StickEsse é mais um desses luxos da indústria do disco e, até agora, um formato para poucos, mais precisamente os colecionadores. Um dos mais recentes foi a coleção do Radiohead com todos os álbuns, em uma edição limitada de USB Stick de 4GB, que inclui sete discos do grupo com capas, fotos e informações em geral. O preço não é nada convidativo, 166 dólares em média.
O problema do pendrive ainda é o preço. Houve uma tentativa de algumas gravadoras inglesas em 2007 de lançarem singles neste formato, de grupos como Keane e Fratellis, o preço girava em torno de 4 libras (12 a 15 reais). Mesmo assim, o formato não pegou. Aqui no Brasil duas bandas curitibanas investiram nesse formato, mas por enquanto somente para divulgação de seus trabalhos. A pioneira foi o Terminal Guadalupe, com seu álbum "A Marcha dos Invisíveis" de 2007, e recentemente o Relespública, com o álbum "Efeito Moral".
A volta da fita cassete
Essa talvez seja a grande piada desse ano, o resgate da fita cassete e dos empoeirados Walkman da década de 80. A gravadora inglesa Domino Records resolveu lançar em edição especial de fita cassete o novo álbum da banda norte-americana Dirty Projectors. Alguns grupos independentes também resolveram aderir essa moda como os novatos do Sky Larkin. Esse é outro formato que dificilmente sobreviverá ao consumo. Um exemplo interessante é que aqui no Brasil já não se fabrica mais fita cassete e em lugares como a Rua Santa Efigenia, no centro de São Paulo, a fita virgem é vendida a preço de ouro, caso alguém consiga encontrar.
CD no formato SMD
Essa foi uma das melhores alternativas encontradas para se enfrentar a crise, mas de pouca adesão por parte das gravadoras. O formato SMD (semi metal disc, tecnologia nova, que barateia os custos, sem nenhuma perda na qualidade, possibilitando o CD ser vendido ao público pelo preço de cinco Reais.).
Isso a princípio parecia ser a salvação da lavoura, mas poucos embarcaram nessa empreitada. O independente mais recente nesse formato é o grupo pernambucano Comadre Fulozinha, que lançou em março desse ano seu terceiro disco "Vou Voltar Andando" , em formato SMD, que vem com o preço de cinco reais estampado na capa.
Diante dessas tentativas da indústria para salvar os formatos fisicos fica sempre no ar aquela pergunta, será que o download vai engolir tudo isso?
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