sexta-feira, 31 de julho de 2009

‘Kurt Cobain – Retrato de uma ausência’ é conversa franca com líder do Nirvana

Fonte: G1

Documentário traz entrevistas concedidas por Cobain a biógrafo.

Na tela, imagens de toras de madeira cortadas sob um céu cinzento. Falando ao fundo, um jovem conta sobre como acompanhava o pai, funcionário de uma madeireira, ao trabalho e sobre como essa atividade era entediante para um criança. Difícil imaginar cena mais corriqueira. E difícil, também, imaginar que ela seja parte da vida de um ídolo do rock – Kurt Cobain, o perturbado líder do Nirvana, que cometeu suicídio em 1994 com um tiro de espingarda.


"Kurt Cobain - Retrato de uma ausência", em cartaz a partir de sexta-feira (31) em São Paulo e Rio, é um documentário impressionista, uma colagem de entrevistas concedidas pelo músico a Michael Azerrad (autor do livro "A Historia do Nirvana", lançado no Brasil somente em 2008) cerca de um ano antes de morrer.

A gravação em áudio limita-se a declarações de Cobain sobre sua vida, obra, família, amigos, medos, alegrias, entre outras coisas. Na falta de imagens do Nirvana e do músico, o diretor AJ Schnack ilustra o documentário com vídeos e fotografias das cidades onde ele morou e que são citadas no filme - Aberdeen, Olympia e Seattle - e pessoas, ruas, lugares, livrarias, paisagens e afins.


Ou seja, longe de ser um documentário roqueiro comum, com depoimentos e trechos de shows, "Kurt Cobain - Retrato de uma ausência" é mais uma conversa franca com o astro. Ao longo de suas entrevistas a Azerrad, Cobain foi sincero, abordando não apenas o óbvio - sexo, drogas e rock ‘n’ roll - mas também sua infância, problemas emocionais (diz ter sido diagnosticado com transtorno bipolar aos 9 anos), a mulher, Courtney Love (a quem só tece elogios), e, novamente, drogas (com as quais confessa ter chegado a gastar US$ 400 por dia).


Se a proposta soa (e por vezes é) soporífera, os méritos de o filme seguir interessante até o final são de Cobain. Seu carisma prende a audiência e faz o público criar empatia com um personagem que é, ao mesmo tempo, ingênuo e genial.


Como tudo o que o músico fazia, "Retrato..." é o tipo de filme que pode evocar os mais variados sentimentos, mas acima de tudo uma sutil melancolia – especialmente porque, ouvindo um Cobain vivo, até animado, planejando sua vida futura, o espectador pode até esquecer do destino trágico do cantor, e a lembrança de sua ausência acaba voltando como um pequeno choque.


O grande mérito do documentário, afinal, é ajudar a desfazer um pouco do culto cego que se formou em torno do cantor. Humanizado, Cobain parece “gente como a gente”, cheio de sentimentos e idiossincrasias bem mundanas. Mas reimaginar sua obra sob esse prisma só ajuda a entender porque, até hoje, o líder do Nirvana é tratado com o status de gênio.

domingo, 19 de julho de 2009

Grace Potter and Joe Satriani cover Cortez the Killer

Improvisação de Joe Satriani "The Satch".

Dica do Paulo Reis